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Por que ensinamos música?

March 28, 2016

Vivendo numa época como a atual, em que o ser humano não comanda seu próprio gosto, já que aquilo que consome e “admira” lhe é imposto compulsiva e compulsoriamente por uma indústria cultural que invade sua casa, coração e mente, torna-se infinitamente importante, mais que em qualquer outra época, o papel da educação.

Só ela poderá oferecer armas ao indivíduo para que ele possa “ler” o universo cultural que o cerca, permitindo-lhe compreendê-lo, a partir de uma visão crítica, não se tornando escravo dos maneirismos mercenários e simplórios dessa voraz e poderosa máquina.

O ensino musical na escola, e através dele, o acesso do jovem aos bens culturais, é a solução salvadora, na área da música para as próximas gerações.

 

Maestro Júlio Medaglia

Qual é a idade ideal começar a estudar música?

January 06, 2016

Antes de um bebê nascer já é momento de estimular o neném a escutar música! Segundo  a especialista em ensino infantil Maria Mahler a afinação da criança começa ja desde a barriga da mãe. "Normalmente falamos muito a criança, veja, pegue, mas raramente falamos, 'ouça!'. Uma criança deve ser estimulada a ouvir detalhes dos sons ainda bebê".

 

Eu conheci muitos bons músicos dizendo que suas mães o estimularam a fazer barulho na bateria da Igreja, a tocar no violão do irmão, fazer ritmos direfentes com as palmas, assovíos, etc. Tudo isso sem dúvida é muito válido para o desenvolvimento e interesse musical.

Mas se tratando do "estudo", a criança deve ser estimulada pelo professor de musicalização ou do instrumento a reparar nas diferenças entre sons agudos e graves, escala maior ascendente, escala maior descendente, intervalos de terças, e etc. A criança não reparará nesses detalhes sozinha. Tudo funciona de forma mais efetiva a base do estimulo.

 

Além do reconhecimento dessas diferenças sonoras que citei anteriormente, o cérebro da criança esta pronto para absorver de forma pura as informações; quanto mais cedo começar o aluno, melhor será sua percepção musical. Muitos prodígios começaram a tocar mesmo antes de escrever, como o compositor Mozart.

 

O Estudo de música para a criança (tanto quanto para o adulto) expande outras capacidades intelectuais, como a concentração, a associação matemática, inteligencia espacial, pensamento antecipado das ações corpóreas, dentre outras habilidades. Em uma pesquisa feita pela Forbes, relatos de grandes empresarios bem sucedidos revelaram que iniciaram os estudos musicais quando criança.

 

Sendo assim, não existe idade para iniciar um desenvolvimento musical. Quanto mais cedo Iniciarmos os estímulos e o estudo melhor.

 

Wagner Platero (Professor de Canto)

Aulas em grupo, ajudam ou atrapalham?

December 09, 2015

Eu tive a oportunidade de me desenvolver em aulas individuais, aulas em grupo e cantando em coro. Posso afirmar que ambas experiências foram positivas.

 

Minha primeira aula de canto foi em grupo. Era de aproximadamente umas 20 pessoas, entre elas alguns amigos da igreja e minha irmã. Quando começamos eu era muito tímido para cantar sozinho e me confortava quando fazia os exercícios em grupo: todas as séries de aquecimento, musicalização, vocalizes e também o repertório. Esse programa de aula em grupo me auxiliou muito na perda da vergonha, interiorização da música, e conhecimento da “Teoria musical sem papel” que era reconhecer os compassos batendo os pés; acompanhar o andamento andando pela sala; aprender noções rítmicas batendo palmas; reconhecer o timbre dos colegas; equilibrar as vozes, identificar bons cantores, etc. Tudo isso é fundamental para qualquer pessoa que inicia o seu processo musical.

 

Passados algum tempo neste grupo, fui atrás de aulas individuais com o mesmo professor. Onde pude ter cuidados mais específicos com as vocalizes e a interpretação das músicas. Passei então a vocalizar sozinho em casa fazendo o meu próprio acompanhamento com o teclado, corrigir meus problemas com a respiração e também passei a cumprir trabalhos mais específicos quanto a intepretação de uma música.

Passados três anos fiz minha primeira aula em grupo de canto lírico com 5 pessoas. Foram para mim fundamentais. Sou muito grato a Deus por esta experiência!  Havia muitas informações que não eram tratadas comigo, simplesmente porque cada pessoa possuía instrumentos (corpos) diferentes e foi excelente observar que cada vogal trabalhada nas vocalizes pelo professor (hoje, Maestro) Cleiton Xavier aplicava com um sentido e propósito. Se era “i”,  “ó” ou “u”. Cada vogal era evidenciada o seu propósito com a diferença que nós 5 tínhamos em comum e “incomum”. Pois cada um tinha uma necessidade técnica.

 

“Para ensinar canto, não existe uma fórmula! Cada aluno possui uma necessidade vocal. Então o professor de canto atua como um médico examinando o paciente e percebendo a sua necessidade técnica. ” Foi o que me disse o professor Cleiton Xavier após eu perguntar porque eram trabalhadas de formas diferentes cada aluno.

 

Quando eu comecei a cantar no Novo Coral de Suzano, tive outras múltiplas experiências maravilhosas. A palavra 'equilíbrio' ganhou um “E” maiúsculo. Entendi então que existe muito mais a se explorar nesta palavra do que eu pensava. Aprendi a equilibrar não só o volume da voz com os meus colegas cantores, mas também o tempo em que se inicia uma consoante, o espaço em que se constrói uma vogal, a energia em que se põe uma sílaba, e uma série de detalhes.

 

Muitas coisas aprendemos quando nos propomos a tais experiências, aulas individuais, aulas em grupos, aulas de canto-coral. São experiências riquíssimas a qualquer músico. Pra quem toca violino, por exemplo, é fundamental que ele aprenda participe de grupos de cordas. Da mesma forma acontece com os instrumentos de sopro; e da mesma forma procede que o baterista vivencie experiências de aprendizado com uma banda completa, e da mesma forma procede com os demais instrumentos.

 

Wagner Platero (Professor de Canto)

"Professor, quanto tempo vou estudar com o senhor?

January 08, 2016

Todo professor de música já foi vítima desta pergunta! Existem outras perguntas que também costumam nos fazer:

“Professor, em quanto tempo vou estudar pra cantar igual a Beyoncé”? Ou até, “Professor, em um mês já dá pra eu pegar 'umas' técnicas e gravar um CD?” e mais essa... “Professor, tem como você me passar só o básico?”

 

Eu considero de certa ingenuidade que escutamos tais perguntas. E compreendo com carinho que nos façam as mesmas. Mas devemos ser sinceros. Não é bem por aí!

 

Partindo do conceito de que a música não tem limites. Tendo em vista que existem muitos períodos, muitos compositores, muitos ritmos, linguagens, aplicações... até os bons professores de música ainda tem muito o que estudar. Quanto mais os alunos iniciantes.

 

Segundo Bidu Sayao (Grande cantora Brasileira do século XX, respeitado no mundo todo), um cantor leva de 6 a 8 anos para iniciar uma carreira em óperas. Certa vez perguntaram a ela em uma entrevista o que era preciso para ser um bom cantor. Ela respondeu, “São cinco coisas: Inteligência, Perseverança, Paciência, Dedicação e Disciplina.” Então questionaram, “E uma boa voz? Não precisa?” E a cantora respondeu, “Se tiver, ajuda!”.

Há muitas coisas que o cérebro entendeu e o corpo ainda não entendeu. Tanto no estudo da voz quanto do instrumento, o que trabalhamos dia-a-dia é o corpo. E temos que dar ao corpo e a mente o tempo necessário para absorver as informações. Algumas pessoas desdenham muito do que é uma aula de técnica. Acham que é só “pegar” uns exercícios, umas orientações e sair cantando. As habilidades corporais são progressivas. São passos que temos que dar um após o outro. E isto leva tempo experiência!

 

Também é muito comum os alunos terem pressa quanto a tocar ou cantar algumas músicas. Normalmente os alunos novos não tem paciência de aprender a tocar ou cantar os métodos e caminhos que o professor mostra. Quando comecei a estudar Piano, meu professor me repreendeu quanto a minha ansiedade. Eu era muito afoito em tocar as músicas rápido e sempre errava algumas notas. Então ele organizou o meu cérebro a tocar muito devagar trechos curtos dos métodos. Sem pressa! Uma frase marcante deste meu professor de piano era, “Estamos formando o músico, depois formamos a música”.

 

Portanto, meu amigo, minha amiga... Tenha calma e paciência! Há muito para aprender, não só em relação a conjuntos de notas executadas umas após a outra, mas principalmente há muito o que a amadurecer quanto ao ser músico e ao fazer música! Estude com calma e todos os dias plante e regue a sua semente, você colherá os frutos sem sombra de dúvida!

 

Wagner Platero (Professor de Canto)

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